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Um retrato do Vietname

Após um mês e meio a explorar o Vietname, partilhamos um retrato do país, destacando as várias impressões que recolhemos ao longo desta jornada.


Estamos alojados numa homestay (alojamento em casa de locais), onde os proprietários são verdadeiros empreendedores. Para além da estada, oferecem uma panóplia de serviços que vão desde restauração a agência de viagens, passando por lavandaria, aluguer de motas e bicicletas e, no fundo, qualquer coisa que possamos vir a precisar. Na verdade, mal chegamos, somos prontamente questionados sobre o nosso próximo destino, com a promessa de organização do mesmo.


Nestas homestays, adaptamo-nos rapidamente aos hábitos locais, como a casa-de-banho sem separação entre chuveiro e sanita, ou andar sempre descalço, costume comum até a vários locais públicos, como restaurantes e alguns autocarros.


O acolhimento dos vietnamitas não se esgota nas homestays, e pode ser encontrado em qualquer esquina, nomeadamente nos restaurantes. Foi no Vietname que expandimos o nosso conceito de esplanada, aqui muitas vezes conceptualizada como um pedaço de passeio com mini mesas e cadeiras. Em restaurantes e cafés, somos frequentemente recebidos com chá gratuito, uma cortesia que já se tornou habitual. Ainda assim, a viajar com um amante de café no país do café, foram várias as vezes em que pedimos o café de ovo ou o café salgado, especialidades deste país. Ao pedirmos o famoso café de ovo, o nosso pedido é prontamente atendido, com a dona do café a fazer um gesto ao seu marido, que reaparece em minutos com ovos frescos na mão. O mesmo aconteceu com vários outros pedidos, onde a necessidade é coberta por uma rápida interação com as pessoas e lojas vizinhas, refletindo a forte ligação comunitária deste país.



No Vietname, assistimos ao contraste entre tradição e modernidade. Por um lado, vemos vietnamitas a trabalhar arduamente, com os seus característicos chapéus de bambu, em setores como a agricultura e a pesca, que sustentam grande parte da economia. Testemunhamos também a natureza como cúmplice da vida destas pessoas: desde a terra fértil, que sustenta a agricultura, às águas do grande rio Mekong, que garantem a subsistência das comunidades ribeirinhas, e até ao fogo, essencial para cozinhar nas zonas mais rurais e fonte de calor nas áreas mais frias.



Por outro lado, observamos um rápido desenvolvimento de infraestruturas e uma oferta crescente de serviços. Os autocarros com camas, espalhados por todo o país e com grande variedade de horários, são um exemplo disso (embora venham frequentemente com uma vertente surpresa). Desde mudanças para diferentes autocarros (que podem ir desde os mais desajeitados até ao luxo), até viagens de mini-vans e barcos, somos sempre acompanhados por vietnamitas energéticos que nos conduzem pelo país até ao nosso próximo destino.


Seja este qual for, deparamo-nos sempre com uma riqueza cultural impressionante. Sendo um país multiétnico, facilmente encontramos diferentes etnias, cada uma com as suas tradições e língua próprias. Mesmo com línguas muito diferentes e apesar da barreira linguística, os vietnamitas não se acanham em comunicar connosco. As crianças focam-se em dizer olá e perguntar-nos o nome. Alguns adultos aprenderam as palavras essenciais ao seu negócio “hello mássá”, “cheap motorbike”, “hello táxi”.  Outros tiram rapidamente o tradutor do bolso para que a conversa possa ir um pouco mais longe. Outros ainda, segundo contam, aprenderam a falar inglês através do contacto com os turistas.  



No Vietname, a vida pessoal e profissional estão intimamente interligadas. Muitas residências incorporam uma área comercial na entrada, enquanto a sala de estar, aberta aos olhos de todos, é o local onde se encontram as pessoas reunidas para conviver, ver televisão ou comer em família. Já nas ruas, é comum ver crianças a jogar badminton, ou nos locais mais rurais simplesmente a conviver e fumar à volta de uma fogueira, enquanto as bandeiras nacionais dançam ao vento, orgulhosas do seu país.


Se há de facto algo conhecido por caracterizar o Vietname, são os rios de motas que inundam as ruas das suas cidades. À medida que o tempo passou também a nossa capacidade de os navegar melhorou, e pelo fim da viagem, podemos mesmo dizer que conseguíamos atravessar a rua de olhos fechados.








Este é o “nosso” Vietname, um país de contrastes, onde o passado e o presente se fundem de uma forma única, e onde a hospitalidade e a diversidade cultural convidam e acolhem qualquer um.



 
 
 

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